segunda-feira, 6 de novembro de 2017

De volta a Sao Thome das Letras


No feriado de finados, retornei a São Thomé das Letras com dois amigos, agora com um pouco mais de tempo para curtir a cidade. Cheguei na madrugada de quarta para quinta-feira e fui direto ao Hostel República São Thomé das Letras (R$45/pessoa, sem café da manhã, em quarto com duas beliches). Tivemos a impressão de estar na casa de amigos: o Pedro e a Priscila nos receberam e trataram super bem, deram várias dicas e tivemos conversas ótimas. A casa é super bem localizada, pertinho tanto do centro da cidade quanto da pirâmide e do cruzeiro.

Na quinta-feira, fomos às cachoeiras Véu da Noiva e Paraíso, que são super próximas uma da outra. Depois, fomos para a Cachoeira Antares.
Voltamos à cidade no final da tarde e fomos à Pirâmide apreciar o pôr-do-sol. Na escadaria, encontramos Pedro e Priscila, pedimos por indicações de restaurante e eles nos recomendaram o Alquimista. Após o pôr-do-sol, fomos jantar. Comemos a tradicional pizza na pedra, estava deliciosa. Há quatro estabelecimentos da rede na cidade, mas são da mesma família. Adotamos o restaurante como oficial e fizemos todas as grandes refeições por lá! Ficamos andando pela cidade e paramos por mais tempo no Eskina Beer, estava tendo música ao vivo e estava muito boa!

Na sexta-feira, perdemos algumas horas para arrumar um probleminha de injeção no meu carro, mas por sorte consegui resolver em São Thomé das Letras mesmo - estava considerando ir a Três Corações procurar uma concessionária. Conhecemos a Cervejaria Quântica. O Tiago nos recepcionou, explicou suas produções, foi muito interessante. Provei a Weiss, a APA e a Dry Stout deles, e são todas muito boas! As long necks custam R$8 e as de 600 ml custam R$15. Para levar, cada cerveja sai por R$2 a mais por causa da garrafa. Conhecemos também o Markim Mandala, que estava na cervejaria e pegou conosco uma carona de volta para a cidade, não sem antes nos contar um pouquinho de seu trabalho (fantástico!) com mandalas e de suas viagens Brasil afora. Agora, ele está a caminho de Manaus, devendo retornar em um ano para STL.
À tarde, fomos à Cachoeira do Flávio. Não gostamos: estava muito lotada de gente, praticamente sem espaço para sentar na prainha, água apenas até o joelho, e queda d'água pequena. Tentamos ir na Eubiose, ali do lado, mas desistimos ao ver vários ônibus estacionados próximos à cachoeira e ao sabermos da taxa de R$5 - o valor é pequeno, mas não compensava por estar lotada.

Decidimos ir na Shangri-lá, porém todas as pessoas para quem perguntamos disseram que seria necessário guia para ir. Acabei descobrindo um post do blog 'Cocô no Mato' com as instruções e decidimos ir por conta própria. Não foi tão fácil chegar, mas valeu a pena o esforço. Fomos recompensados com uma cachoeira linda e quase vazia! Havia poucos grupos de 3-4 pessoas e alguns casais, porém muito bem espalhados ao longo de 1 km de corredeiras e poços. Curtimos o visual e a tranquilidade por várias horas antes de voltarmos à cidade.
Chegando ao centro, fomos nos arrumar e jantar no Alquimista - dessa vez pedimos pasta, e estava ótima! Os pratos são também muito bem servidos! (Penne quatro queijos + Coca Cola 350 ml = R$24.20) Depois, encontramos com uma catalã com quem eu havia conversado no Facebook - Clara - que foi até o nosso hostel para irmos juntos à Cachoeira da Lua. Em noites de lua cheia, como sábado, a lua reflete na água. Ficamos quase duas horas por lá, porém, estávamos com frio e cansados e decidimos não esperar o fenômeno (que aconteceria em torno de 1h da manhã). Voltamos para a cidade, passamos por alguns bares e finalmente entramos no famoso Bar do Dois, onde curtimos o som de um grupo de reggae de Americana/SP. Uma Heineken long neck no Bar do Dois custa R$8.

No sábado, o nosso destino foi o distrito de Sobradinho. A primeira parada foi na Gruta de Sobradinho. Pagamos R$20 (R$15 da entrada, guia, e capacete/lanterna - obrigatórios - e R$5 para alugar a bota, o que eu super recomendo) e aguardamos um pouco para a visita guiada. O percurso dentro da caverna dura de 15 a 20 minutos apenas, mas é bastante interessante. Passamos por um saguão em que há breu total (o olho não se acostuma com a escuridão), e no trecho final, anda-se com água na altura do joelho. Saindo da gruta, fomos ao Poço Encantado. Não é muito grande, mas o lugar é bastante agradável, tem uma cascata maravilhosa e um poço bem fundo. Ficamos por bastante tempo ali antes de irmos conhecer o Poço das Esmeraldas.
O Poço das Esmeraldas nos decepcionou um pouco: há uma taxa de R$10 por pessoa para entrar (revertidos em consumação - uma Coca Cola em lata custa R$5, uma garrafa de água de 500 ml custa R$3). O local é uma pedreira, e tem alguns poços e braços de água. Esperávamos um verde mais claro, mas quase sempre o tom era verde musgo. Paramos em um pocinho de água mais clara, que foi onde achamos mais bonito, e nadamos um pouco por lá. Devido à mineração, a densidade da água é muito alta, facilitando a flutuação.
De volta ao centro, fomos nos arrumar, encontramos a Clara novamente e fomos juntos ao Alquimista. Clara e eu comemos pizza, Rafael e Daniele comeram sanduíches. Minha parte (dois pedaços avulsos de pizza, uma lata de Coca Cola e uma palha suíça de sobremesa) ficou em R$22. Todos ficaram bastante satisfeitos, e então fomos caminhar pela cidade e dar uma passada nos bares.

No nosso último dia, domingo, planejamos um dia mais light. Fomos pela manhã à Cachoeira Vale das Borboletas. Infelizmente estava bastante lotada, aparentemente havia uma excursão ali (algumas pessoas estavam com camisetas de guias de uma agência de São Paulo), mas deu para aproveitar. O nível da água estava bem mais baixo do que em minha primeira visita, em dezembro/2015. Saindo de lá, levei o pessoal à Ladeira do Amendoim, onde nos divertimos por vários minutos vendo o carro subir a ladeira estando desligado.
De volta ao hostel, nós nos arrumamos, saímos para almoçar (no Alquimista! Pedi um penne ao pomodoro e uma lata de Coca Cola, gastei R$24.20) e para comprar algumas lembrancinhas na primeira lojinha da galeria Picapedra, acho que chama Sumé Artesanato. Comprei alguns incensos (um por R$4, três por R$10) e também um 'kit pizza' para meus pais por R$30, vem a pedra para assar, um apoio para colocar a pedra na mesa, e um pegador.

Considerando a ida de Campinas a STL, todos os passeios pela cidade, e um pequeno desvio que tive que fazer até Carmo da Cachoeira/MG antes de retornar a Campinas, rodei por um total de 981.7 km, o que resultou em um gasto de R$334.91 de gasolina + R$45.60 de pedágio (R$22.80 por trecho).

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Praias de Paraty

Vejo muitos posts em blogs e grupos sobre “Paraty não ter praias boas sem ser de barco”, “se quer praia vá pra Trindade”, ou “não ter o que fazer em mais de um dia em Paraty”, então quis escrever um pouco sobre isso.
Como em Paraty tem MUITA coisa pra fazer (vou pra lá há 23 anos, algumas vezes por ano, e ainda não consegui conhecer tudo), vou focar inicialmente nas praias. Inclusive, agradeço indicações de novos lugares para visitar! A lista cresce em uma velocidade muito maior do que consigo visitar pra riscar dela, mas é tão gostoso descobrir algum lugar novo!

CENTRO:
A “praia” central de Paraty, próxima ao cais, não é nem considerada praia… acho que não precisa falar muito, tá sempre cheia de barco e com urubus, né?! Ninguém entra mesmo! Esquece essa!
Existem duas praias em Paraty próximas ao centro, que dá pra ir caminhando. Uma delas é a Praia do Pontal, bem próxima ao centro histórico, bastando atravessar a ponte que fica perto da Matriz. Essa praia é controversa, rs, e quando eu era pequena diziam ser bem poluída, mas há alguns anos eu tenho me sentido confortável pra entrar - e alguns paratienses entram também… Na Av. Orlando Carpinelli, “Avenida da Praia”, tem vários hostels, e é um lugar bem legal pra se hospedar!! (Recomendo o Geko, minha escolha oficial após passar por vários hotéis, pousadas e hostels. Só sinto falta de mais tomadas nos quartos!). Continuando um pouco a caminhada, após o morro do Forte tem a Praia do Jabaquara! É mais bonita que a do Pontal e está sempre cheia de famílias paratienses e de turistas. Dá pra passar o dia lá de boa. (:

Praia do Pontal

BR-101:
Caso não se contente com essas duas, dá pra ir de carro, ônibus ou bike para as praias da BR-101, sentido Rio de Janeiro. Lá tem São Gonçalo e São Gonçalinho (de São Gonçalo dá pra ir pra Ilha do Pelado, que eu nunca fui mas morro de vontade!), Corumbê, Praia Grande, entre outras. Conheço essas apenas, e recomendo as duas primeiras!

COSTA LESTE:
A minha paixão são as praias da Costa Leste: quase todo mundo conhece a Praia do Sono, que fica a 40 min de caminhada desde a Vila Oratório (ou barco desde o cais de Laranjeiras), mas vejo bem menos comentários sobre as vizinhas: a Praia de Antigos fica a apenas 20 minutos do Sono (uma subida intensa sob sol forte e uma descida íngreme na mata, porém rapidinhas!), a de Antiguinhos pouco depois, e se quiser esticar o dia ainda dá pra ir pra Ponta Negra! ;)
Fui algumas vezes pra Ponta Negra, dá +- 2h30, 3h de caminhada (7.8 km) desde a Vila Oratório (com cargueira). Antes de chegar lá, passa-se pela Galhetas, uma praia de pedras. Uma opção pra quem tem pouco tempo é ir pela trilha e voltar de barco! Quem conseguir ir super cedo pra lá - ou, melhor ainda, quem dormir em Ponta Negra - pode aproveitar pra ir pra conhecer a cachoeira do Saco Bravo (que ainda não consegui ir…). Quem for, pode se preparar pra uma subida pesada: são apenas 4.2 km de caminhada, mas que são feitos em 2h30 (leve, sem cargueira!). Não comece a trilha após o meio dia!!
Na Costa Leste também ficam algumas das joias de Paraty, como a Sumaca, Martim de Sá, Cairuçu das Pedras. Essas são acessíveis apenas de barco ou trilha. Procurem por Travessia da Joatinga, é feita em 3-5 dias de caminhada (dependendo de se você começar no Pouso da Cajaíba ou na Praia do Cruzeiro, no Saco do Mamanguá).

A famosa piscina de Cairuçu das Pedras
Por falar em Saco do Mamanguá, você conhece Paraty Mirim? É um dos lugares mais encantadores de Paraty! Da BR-101, indo de Paraty sentido SP, passa-se pela entrada de Paraty Mirim um pouco antes da entrada para Laranjeiras e Trindade. Tem ônibus pra lá também!! O lugar já é precioso por si só, mas se você for com um pouco mais de tempo e dinheiro pode aproveitar e fazer um passeio de barco pelo Saco do Mamanguá, único fiorde brasileiro… ;)  São 33 praias no Saco do Mamanguá, de acordo com a página oficial de Paraty! :O Fui com meus pais e um outro casal que conhecemos em Paraty Mirim, então acabamos ficando mais dentro do barco e em uma ou outra praia de lá… mas estou doidinha pra voltar e subir o Pão de Açúcar: a vista lá de cima é incrível e preciso riscar esse item da minha lista, haha!

Pão de Açúcar visto do passeio de barco pelo Mamanguá

segunda-feira, 13 de março de 2017

Hostels da viagem à Patagônia - parte 1


Nesse primeiro post, falo dos dois hostels em que fiquei em El Calafate e do que me hospedei em El Chaltén. Fico devendo a segunda metade da viagem, em Puerto Natales e Buenos Aires. No relato resumido, eu já atribuo notas a cada um dos hostels, ainda que não entre em detalhes sobre elas.

El Calafate:
Estive em El Calafate em três momentos da minha viagem:
1) chegada e curtir a cidade: 3 noites
Eu me hospedei no Bla Guesthouse por ter lido boas coisas a respeito no fórum do Mochileiros. Havia considerado também o America del Sur, porém preferi a localização do Bla Guesthouse.
Quarto: peguei um quarto para 8 pessoas, distribuídas em 4 beliches. O quarto era bem grande, as camas não ficavam tão próximas umas das outras. Havia bastante espaço no chão, além de uma mesa/escrivaninha. O hostel disponibilizavam roupas de cama e cobertores, e o aquecimento do quarto era adequado. Todas as camas dispunham de tomadas próprias. Fiquei na cama de cima e o espaço até o teto era um pouco pequeno, mas nada que atrapalhasse. A cama era bem confortável, o beliche não fazia barulho nem se mexia.
Locker: todo mundo tinha seu próprio locker dentro do quarto, era bem espaçoso. Precisava de cadeado (mas havia alguns disponíveis na recepção, não sei se para empréstimo/aluguel).
Banheiro: a princípio, pareceu haver poucos banheiros para muitos hóspedes. Porém, em momento algum foi problema, os banheiros sempre estavam disponíveis quando eu precisava. Como os horários de todo mundo no hostel coincidem, acredito que não seja problema mesmo. Os banheiros eram mistos. Havia dois banheiros com vaso e pia, e um banheiro com dois chuveiros apenas. Os chuveiros tinham uma espécie de ‘hall’, de forma que dava para deixar suas coisas sem ser dentro do chuveiro e nem no espaço comum!
Equipe: nota mil. Muito educadas, simpáticas e prestativas. Chamavam cada hóspede pelo nome, estavam sempre com sorrisos no rosto, davam dicas, faziam reservas, pesquisavam informações se você precisasse. Pude tomar café da manhã no meu primeiro dia na cidade, apesar de o check-in ser somente a partir das 15h e eu ter chegado às 9h. Além disso, após o check-out eu ainda podia transitar livremente pelo hostel, utilizando todas as áreas comuns (inclusive chuveiro). Fizeram com que eu me sentisse em casa.
Localização: a apenas duas quadras da avenida principal, no plano (parte baixa da cidade), com fácil acesso a absolutamente tudo. Bastante seguro, também.
Limpeza: muito boa. Arrumavam até as camas! Quartos, banheiros, cozinha e área comum estavam sempre limpos e agradáveis.
Café da manhã: excelente, acho que eu nunca vi tanta fruta num café da manhã: em um dos dias, contei oito variedades! Além disso, dois tipos de pães, com manteiga, requeijão, geleia e doce de leite, dois ou três tipos de bolo, vários chás, café com leite e suco.
Ambiente: a área comum e as mesas de café da manhã propiciavam contato com os demais guests, mas conversei com mais gente foi na cozinha mesmo, preparando as refeições para os dias seguintes.
Minha avaliação no Booking.com: 10

2) ponto de parada entre El Chaitén e Puerto Natales: 1 noite
Quis ficar em um lugar diferente por dois motivos: conhecer mais um hostel na cidade e ficar mais perto da rodoviária, já que eu chegaria de noitinha de El Chaitén (21h30) e sairia cedo para Puerto Natales (8h) no dia seguinte. Optei pelo Penguin Hostel após ver a localização e a nota no Booking.
Quarto: muito aconchegante. Fiquei em um quarto com uma beliche e duas camas de solteiro. O quarto não era tão grande, mas parecia um chapeuzinho, era uma delícia. A cama era bem confortável e todo mundo tinha tomada própria.
Locker: todo mundo tinha locker. Não cabia a mochila inteira, mas estava de excelente tamanho para guardar o básico.
Banheiro: poucos e pequenos, chão constantemente molhado. Design ruim (dois banheiros ‘completos’, isso é, com vaso, chuveiro e pia), de forma que se houvesse alguém tomando banho não era possível escovar os dentes.
Equipe: agradável e acolhedora.
Localização: embora tudo em El Calafate seja próximo (a menos que você se hospede perto do Lago Argentino), não foi o melhor lugar para ficar. Para ir da avenida principal até lá, além de subida, passava por ruas escuras, em que não me senti tão confortável, embora soubesse que os riscos eram próximos de zero.
Limpeza: quarto ok, banheiro alagado era algo chato (complicado vestir calça num banheiro assim, por exemplo, ou mesmo de ir ao banheiro à noite com chinelo e meias).
Café da manhã: não havia.
Ambiente: não havia um ambiente de fato de integração, somente conversei com algumas pessoas do quarto.
Minha avaliação no Booking.com: 7.9

3) ponto de parada entre Puerto Natales e Buenos Aires: 1 noite
Fiquei novamente no Bla Guesthouse para facilitar a alocação de transfer pro aeroporto. A avaliação está mesclada com a do primeiro momento na cidade.

El Chaltén:
Fiquei em El Chaitén por 5 dias e 4 noites, no Pioneros del Valle.
Quarto: pequeno para oito pessoas, se houvesse alguém sentado na cama amarrando os sapatos não dava para outro passar. Também não dava pra entrar no quarto se houvesse alguém mexendo no locker. Não havia espaço para mais nada no quarto. Tampouco havia tomadas disponíveis (apenas três, considerando a do banheiro, para outro pessoas).
Locker: disponíveis dentro do quarto para todo mundo, em excelente tamanho. Cabia tranquilamente a cargueira (que bom, pois não havia qualquer outro espaço no quarto para deixá-la).
Banheiro: bom design (vaso, pia e chuveiro separados), tudo sem chave. O chuveiro tinha uma péssima drenagem e era bem nojento. Tinha que esperar uns dez minutos após alguém sair do banho para ter condições de entrar, e você ficava alagado na própria água, sem ter muito como evitar isso - eu subia na divisão entre chuveiro e resto do banheiro, e me apoiava nas torneiras… Não havia NENHUM lugar para apoiar shampoo, sabonete, etc, era bem nojento. E só havia dois penduradores, então era desconfortável lidar com roupa suja + roupa limpa + toalha.
Equipe: bem fraquinha, capacidade limitada. Não sabiam dar muitas informações, não eram capazes de resolver problemas, não se esforçavam para serem agradáveis. Após o check-out, não era possível nem mesmo deixar a mochila no hostel sem pagar por isso. Como eu fiz o check-out de manhã e viajaria somente no final da tarde, pedi, como favor, para deixar a mochila em uma agência de turismo próxima à rodoviária.
Localização: excelente, no meio da avenida principal.
Limpeza: terrível. O quarto era bem fedido, em uma das noites o meu nariz tapou e até fui dormir na área comum (sala) para conseguir respirar. Chuveiro nojento. Cozinha bem porquinha também.
Café da manhã: não havia. Podia ser comprado por fora, mas era super simples e caro (AR$120).

Ambiente: todo mundo se juntava em um pedacinho da cozinha que era o único que pegava o Wifi, e acabava interagindo um pouco por aí. Também na cozinha havia uma TV, em dias de jogo era outro point para fazer amizades. Não vi a sala da área comum ser usada em nenhum momento. Conversei com as pessoas do quarto também.
Minha avaliação no Booking.com: 4.6

sábado, 11 de março de 2017

Loma del Pliegue Tumbado

Planejamento:
Parte do meu planejamento, detalhado aqui, foi, obviamente, buscar trilhas na região de El Chaitén. Coletei material em páginas dedicadas ao assunto, procurei por posts em blogs, fóruns e grupos do Facebook escritos por quem já tivesse feito, esmiucei o Wikiloc. Encontrei muita informação a respeito da Laguna Torre (e um pouco menos sobre o Mirador Maestri), sobre a Laguna de los Tres e sobre as trilhas menores, como o Mirador de los Cóndores y las Águilas e Chorrillo del Salto.
Vi algumas poucas referências sobre Loma del Pliegue Tumbado, mas o pouco que eu li a respeito e as fotos que eu vi do lugar me convenceram de que seria um de meus destinos obrigatórios. Também consegui o tracklog desta trilha, com alguma facilidade. No hostel, conversei com uma menina (namorada de um dos recepcionistas), que havia feito recentemente e me mostrou outras fotos bem bonitas e que me recomendou ir em um dia com o céu bem aberto. Isso é um pouco de questão de sorte na Patagônia, mas a regra é: se acordou e o dia está aberto, comece a caminhar.

No dia:
Eu cheguei em El Chaitén no dia 21/02, e, por ter apenas meio dia disponível, aproveitei para fazer a Laguna Torre - apesar da distância, não é uma trilha difícil de ser feita, então eu não precisaria queimar um dia inteiro para ela. No dia 22/02, escolhi a Laguna de los Tres, por ser a trilha mais importante e famosa entre os turistas da região. No dia 23/02, além do meu cansaço, havia diversas nuvens cinzas e pretas no céu pela manhã, de forma que preferi não arriscar uma trilha mais longa, queimando o dia - que, ao final, se abriu e revelou maravilhoso. No dia 24/02 tive a mesma sorte do dia 22/02: um dia perfeito desde suas primeiras horas.
Parti para a caminhada, que se inicia próxima à guarita do Parque Nacional. O início da trilha é o mesmo do Mirador de los Cóndores y las Águilas, porém logo há uma bifurcação, onde tomo à direita. Também à direita segue a trilha para Laguna Toro, uma caminhada de dois dias, com registro obrigatório, que por desconhecimento e falta de preparo físico eu tive que deixar para uma próxima. As duas trilhas compartilham as duas primeiras horas de caminhada, havendo uma bifurcação (bem definida) a seguir (Laguna Toro à esquerda e Loma del Pliegue Tumbado à direita). Diferentemente das outras trilhas que eu havia feito, que eram em sua maior parte planas com trechos bastante íngremes, a Loma del Pliegue Tumbado era inteira íngreme. O esforço não é absurdo (como o final da Laguna de los Tres, por exemplo) pelo fato de a subida ser muito bem distribuída em toda sua extensão. Mas, ainda assim, são 11 km de trilha, em ascensão constante! O início da trilha está a 346 m do nível do mar e o finalzinho a 1.532 m (Confira o tracklog aqui).

A trilha:
A trilha é bem delimitada, mas, ao contrário das outras em El Chaitén, não conta com placas indicando a quilometragem. Tem menor disponibilidade de água do que as outras que eu fiz, também, mas ainda permite reabastecer os cantis em três diferentes momentos, sendo o segundo e o terceiro bastante próximos, em cerca de 65%-70% do percurso. Aproveite para pegar água sempre que for possível!
O início da trilha é bastante exposto, em pasto. Desde muito cedo já se tem vistas incríveis! Após cerca de 3 km, entra-se em um bosque, por onde se caminha mais tranquilamente devido à sombra. No início desse bosque, há o primeiro ponto de água corrente disponível. O trecho por dentro do bosque é bastante grande, chegando a assustar um pouco. A última parte da trilha volta a ser aberta (pasto), inclusive com uma placa informando sobre a possibilidade de se cruzar com vacas selvagens e como lidar com elas! Durante boa parte do caminho, pode-se ver o Fitz Roy. Nunca me pareceu tão próximo, nem mesmo do mirante da Laguna de los Tres! Por um tempo consideravelmente longo, a sensação que eu tinha era de que em poucos minutos eu colocaria os pés no Fitz Roy… claramente isso não aconteceria, pois para se chegar até sua base é necessária uma “trilha” selvagem e não demarcada que dura de 3 a 4 dias, sendo que somente escaladores e outros exploradores conseguem autorização para fazê-la!

O final:

A vista lá de cima é algo de outro mundo. Foi, sem a menor dúvida, a paisagem mais bonita de El Chaitén. Pode-se ver o Cerro Solo, Cerro Torre (que tinha se escondido de mim no dia 21/02, o danado!), Laguna Torre, Fitz Roy, Laguna Capri, Lago Viedma… não deixe de subir ao mirante que fica próximo à placa indicando o final da trilha. Há uma trilha razoavelmente bem demarcada por ele, por onde dezenas de pessoas também passam. É um trecho mais perigoso e escorregadio, mas pode-se fazê-lo com cuidado e sem grandes inconvenientes ou surpresas. Eu subi em cerca de 30 ou 40 minutos. De seu topo, vista de 360 graus, inesquecível!
O retorno, apesar da quilometragem, foi bastante tranquilo e rápido de ser feito, sendo a maior parte (claro) dentro do bosque. Como anoitece bem tarde no verão de El Chaltén, não era problema passar pelo bosque no "final" da tarde (17h, 18h). Assim como do retorno de outras trilhas, é possível ver a cidade pequenininha ao fundo na paisagem!
Foi uma das trilhas que eu mais gostei de ter feito. Apesar de não ser a mais famosa ou visitada, seria a minha recomendação para um viajante que tivesse apenas um dia (inteiro!!) em El Chaltén.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Guia de cervejas e cervejarias em El Chaltén

Onde beber em El Chaltén?

Embora a cidade inspire uma viagem mais saudável, com trilhas e atividades mais voltadas à natureza, não dá para ignorar o excelente lúpulo patagônico, não é mesmo? A cidade tem lugares super charmosos para se tomar uma cervejinha (ou várias!) no final do dia e repor as energias gastas!
Quando eu procurei antes de viajar, encontrei somente duas: La Cervecería - Cervecería El Chaltén e Cervecería Don Guerra, ambas na Av San Martín, bastante próximas uma da outra.
Chegando em El Chaltén, descobri que não eram as únicas - e nem mesmo as melhores. De modo geral, gostei muito da experiência cervejeira por lá!

La Cervecería/El Chaltén: mais do que uma cervejaria, um restaurante. Preco bastante razoável para a cidade e comi muito bem. Tinham somente dois estilos de cerveja, pilsner (3.25) e bock (4.25).

Cervecería Don Guerra: fui um dia à noitinha, sentei junto ao balcão e provei as três cervejas disponíveis: rubia (3.0), roja (3.75), negra (3.25). O bar é super agradável e tem a decoracão divertida. O instagram deles (@cerveceriadonguerra) é super descolado!

B&B Beers & Burgers: esse foi o meu lugar preferido! Três variedades da Esquel on tap (golden ale (3.75), red ale (3.75), stout (4.0)), com precinho de happy hour. Ambiente agradável, descontraído, com música e possibilidade de ver o pôr-do-sol de lá mesmo. Era sempre um dos lugares mais cheios, sem que isso prejudicasse o atendimento.

Rancho Grande: quando eu fui lá, quase todas as torneiras de chopp estavam vazias, havia somente uma Porter da Lowther (3.0). Vale lembrar que é um restaurante 24 horas e que conta também com hospedaria.

Resto El Muro: na saída da trilha para o Fitz Roy (Laguna de los Tres). Contavam com três variedades on tap da cerveja Araucana, mas a negra estava em falta. Tomei a rubia (3.5) e a rojiza fuerte (4.0). Lugar simples e pequeno, mas aconchegante e charmoso, com atendimento excelente. Pagamento somente em dinheiro.

Lagula de los Tres: acabei indo parar lá por ser dos únicos lugares abertos para comer tarde da noite. Saiu melhor que a encomenda: uma geladeira cheinha de cervejas artesanais (especialmente Antares e Otromundo), um sanduíche delicioso de berinjela e um showzinho de música ao vivo com clima bem intimista. Gostaria de voltar outras vezes!

La Vinería: poucas vezes na vida eu vi tantas cervejas em um mesmo lugar. menos vezes ainda eu vi tantas que eu ainda não tivesse experimentado ou mesmo ouvido falar. Não é preciso dizer que eu amei, né? Foi até difícil de escolher as cervejas por lá, e acabei optando por três avermelhadas: Supay, Emperador e El Dragon Verde, dando nota 3.5 para todas elas. Pode pagar a conta no final e aceita cartões!

Glaciares: fui por recomendacão dos funcionários do hostel, só por isso já deveria saber que não seria grandes coisas. Só tinha uma cerveja on tap, a rubia da El Duende (2.0), que não sabiam nem me dizer exatamente de onde era. Pouquíssimas opcões em garrafa (acho que somente da Otromundo, e umas duas ou três). Acho que não era por acaso que estava sempre vazio.

Patagonicus: na verdade é um restaurante, mas possui cerveja própria homônima. Experimentei as três variedades (rubia (3.0), roja (3.5) e negra (2.75)), aprovando todas elas. O atendimento era apenas OK (mais de uma vez precisei ir ao balcão pedir que alguém me atendesse, porém todos eram muito simpáticos).

Pangea: também é um restaurante, com preco um pouco mais elevado do que os outros lugares em que jantei em El Chaltén. Ambiente diferenciado e comida excelente. Nele, tomei as cervejas Beagle, de Ushuaia, nas variedades golden ale (4.0), red ale (4.0). Havia também a negra (3.75), que tomei em outra ocasião.

Cayetano: falaram muito bem deste lugar, sobretudo do Happy Hour, mas não tive tempo hábil de ir conhecer. Ficou na lista para uma próxima vez.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Big Ice: Ice Trekking no Perito Moreno


Big Ice: informações iniciais e reserva

O passeio Big Ice: Ice trekking pelo glaciar Perito Moreno era um dos que eu estava mais animada para fazer. Havia lido bastante sobre ice trekking e sobre as diferenças entre o Big Ice (AR$ 4000) e o Mini Trekking (AR$ 2000), e estava bastante motivada a fazer a versão longa. Não à toa, reservei com a maior antecedência que me foi possível. O processo é feito via Internet, na página da Hielo y Aventura. Você faz uma pré-reserva com seu e-mail e recebe dois documentos para preencher, sendo um para os dados do pagamento e outro uma ficha médica.
O pagamento é feito com cartão de crédito de uma forma bastante suspeita: você preenche, no formulário, o número de seu cartão, data de validade e código de segurança, e envia para a empresa. Recomendo a utilização de um cartão virtual para isso (se o seu banco não provê isso, hora de mudar para um mais moderno!). Gerei no Itaucard um cartão exclusivamente para esse propósito e dormi com a tranquilidade de quem não terá o seu cartão clonados.
A ficha médica pergunta sobre alergias, diabetes, doenças cardíacas, epilepsia, desmaios e ausências, asma, hipertensão, cirurgias, medicações de uso habitual e várias coisas sobre ortopedia: coluna, joelhos, tornozelos e lesões de modo geral. A companhia se reserva o direito de recusar passageiros que porventura possam ter problemas durante a caminhada, que não é curta nem fácil.
Por falar em restrições, o Big Ice só é realizado entre os meses de setembro a abril, e somente para pessoas entre 18 e 50 anos, sem exceções. O Mini Trekking, realizado entre agosto e maio, é um pouco mais flexível, permitido a quem tenha entre 10 e 65 anos.

O que levar: roupa adequada (calça e jaqueta impermeáveis), bota de trekking, óculos escuros e protetor solar (o sol e a neve são uma combinação terrível!), luvas, gorro/chapéu, comida para o dia inteiro e água. Não precisa levar muita água, pois pode-se beber do glaciar!

No dia da excursão:

O transfer me buscou às 7h no hostel. Seguimos para o Parque Nacional Los Glaciares, cerca de uma hora de distância da cidade. A primeira parada é nas plataformas de observação do Perito Moreno, onde se tem de 40 a 60 minutos. Recomenda-se seguir o caminho demarcado em amarelo, chamado “Paseo Central”, devido ao pouco tempo disponível. Este caminho tem complexidade baixa e a duração estimada é de 1h. Na verdade, são apenas 700 metros de caminhada, que duram no máximo 15 minutos. O restante do tempo é dedicado a paradas para fotografia, observação do imponente glaciar e, com alguma sorte, de algum desprendimento de iceberg. Eu vi dois, mas foram pequenos e não muito emocionantes. O barulho dos icebergs maiores se desprendendo é simplesmente sensacional (mas infelizmente o ocorrido foi em faces do Perito Moreno que não tínhamos como observar).
De volta ao ônibus, a próxima parada é no pier “Bajo de las Sombras”, onde tem início a segunda etapa da excursão: uma navegação de 10 a 15 minutos que cruza o Brazo Rico. Começamos, agora, a terceira parte: uma caminhada, ainda fora do gelo, de cerca de 1h30, por um terreno tranquilo, porém bastante íngreme. No caminho, há duas paradas. A primeira em um refúgio, para que os guias se certifiquem de que todos os aventureiros possuem o equipamento adequado para seguir: botas, jaqueta, luvas e mochila. Eles emprestam caso alguém tenha se esquecido de algo, ou caso o material que apresente seja insuficiente. A segunda parada é numa cabana, já bastante próxima do glaciar. Lá, cada participante ganha uma cadeirinha de escalada/rapel e um par de crampones, que são estruturas metálicas com ganchos que ajudam a caminhar pelo gelo. Porém, devemos carregá-los nas mãos até chegar no gelo. Quem faz o Mini-Trekking inicia a jornada pertinho do ponto de desembarque, não fazendo essa pré-trilha de 1h30.
Uma vez que todos estejam no gelo, os guias começam a colocar os crampones em todo mundo e ensinam as técnicas básicas: como caminhar no plano, na subida e na descida, tomando cuidado para não enroscar um pé no outro. Nem preciso dizer que em menos de 5 minutos eu já tinha derrubado o celular no chão (quase que na água) e já tinha me atrapalhado com os pés, caindo de frente. O gelo corta muito, e por isso é bastante importante utilizar as luvas! Teria rasgado as mãos se estivesse sem elas.
Somos divididos em grupos de dez pessoas, com dois guias para cada. Diferentemente do Mini Trekking, que tem um percurso pré-definido, o Big Ice é decidido na hora, com base no que os guias observam da geleira e do grupo. O percurso dura cerca de três horas, com uma parada rápida para almoço. Durante o caminho, os guias vão nos explicando a história e a formação dos glaciares, as estruturas como lagoas, cavernas, sumideros, é bastante interessante!! Apesar de serem três horas de caminhada, o ritmo é bem tranquilo. Eu achava que seria pior do que isso, especialmente pelo uso dos crampones (cada um pesa 400g). O Mini-Trekking tem duração de 1h30 no gelo.
No retorno, é servido café com leite no refúgio, enquanto aguardamos a volta do barco. Já no barco, são oferecidos um alfaiar, um chaveiro que imita uma bota de trekking com crampon e um copo de whisky (infelizmente não me lembro qual whisky, mas era bom!) com gelo do glaciar. Voltamos ao ônibus e à cidade de El Calafate, sendo devolvidos nas respectivas hospedagens.

Já no hostel, conversei com um casal jovem de Comodoro Rivadavia que havia feito o Mini Trekking. Honestamente, pelas fotos eu não senti grandes diferenças em relação ao que eu tinha feito. Porém, quase todas as pessoas (exceto o casal) com quem eu conversei que haviam feito o Mini Trekking disseram ter achado meio fraco e gostariam de ter feito o Big Ice.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Patagonia 2017: Planejamento da viagem

Nesse post, eu conto  em detalhes sobre como foi o meu planejamento para viajar para a Patagônia, desde o momento em que eu decidi fazer esse roteiro até o momento das reservas e escolha das minhas cervejas!

DESTINOS:
Meu planejamento começou quando eu me dei conta de que precisava tirar férias dentro de menos de um mês e meio para não entrar em férias compulsórias. Joguei no Google ‘para onde viajar em fevereiro’ e um dos primeiros resultados indicava a Patagônia. Eu tinha visto, recentemente, fotos e comentários de muitos amigos e conhecidos que haviam visitado a região nos últimos meses, e achei que a ideia poderia ser interessante. Pesquisei bastante em blogs, no Mochileiros.com e em diversos grupos do Facebook. Acabei decidindo fazer o famoso trio El Calafate, El Chaitén e Puerto Natales, deixando, com algum custo, Ushuaia de fora. Essa opção foi motivada pelo dinheiro e pela distância - seria mais provável eu fazer uma nova viagem à região de Ushuaia do que a Puerto Natales.
Como o voo de São Paulo até El Calafate faz conexão em Buenos Aires, cidade que eu já conhecia e pela qual sou apaixonada, decidi ficar uns dias por lá ao final da viagem. Esse tempo serviria para visitar uma amiga querida que teve um bebê na véspera do Natal 2016, para eu me recuperar do esforço físico na Patagônia, e para dar uma voltinha pela cidade, já que minha última visita datava de mais de quatro anos atrás.

TRILHAS E EXCURSÕES:
Como El Chaltén é a capital nacional do trekking na Argentina, fiquei especialmente encantada por esse destino. Boa parte da minha pesquisa prévia foi sobre as trilhas existentes na cidade, separando quais eu tinha mais vontade de fazer e como seriam. Li bastante a respeito, procurei por tracklogs e também conversei com algumas das pessoas que haviam postado a respeito. Sabia que o clima não ajudava muito e que não se podia ir com pressa, de forma que reservei cinco dias para El Chaltén apesar de ter planos para apenas três deles. Precisava contar com uma folga, que seria usada ou para descanso ou para matar um dia com passeios mais leves caso o clima não permitisse uma trilha mais longa.
Também li antecipadamente sobre dois passeios em El Calafate que me interessavam bastante, o Big Ice (trekking no glaciar Perito Moreno) e o Ríos de Hielo Express (navegação pelos glaciares Uppsala e Spegazzini). São, juntamente com o Mini Trekking (que é uma versão reduzida do Big Ice) as principais excursões na cidade.
Não encontrei tanto material sobre Puerto Natales, mas decidi que gostaria de fazer dois passeios por lá: um de ônibus, chamado ‘Full Day Torres del Paine’, e o trekking até a base das torres. Após pesquisar sobre os horários de ônibus regulares e conversar com quem já tinha ido por conta própria, escolhi fazer com agência, porque, a princípio, teria mais tempo: a agência buscaria no hostel às 6h e devolveria em torno de 21h, enquanto o ônibus regular deixa a cidade às 7h30 e retorna também às 21h.

Reservei com antecedência o Big Ice (empresa: Hielo y Aventura). Não consegui reservar o Ríos de Hielo (empresa: Solo Patagonia) porque a empresa responsável não respondia e-mails. As excursões do Chile eu deixei para reservar de última hora, no hostel mesmo. As trilhas em El Chaitén são todas auto-guiadas, de forma que não precisei me preocupar com elas.

PASSAGENS AÉREAS:
Comprei diretamente com a Aerolíneas Argentinas. Após várias horas brigando com o site deles, que não aceitava nenhum de meus cartões, acabei fazendo a reserva via site e a compra por telefone. Comprei com exatamente um mês de antecedência, então não deu para fazer uma pesquisa muito extensa sobre os preços.

PASSAGENS RODOVIÁRIAS:
Pesquisei com antecedência quais seriam os dias, horários e preços dos trechos que eu precisaria fazer de ônibus, mas não reservei nada com antecedência.

HOSPEDAGEM:
Por ser alta temporada, reservei (através do Booking.com) antecipadamente todos os hostels em que eu me hospedaria. A indicação do hostel de El Calafate (Bla Guesthouse) veio de um dos relatos que havia lido. Porém, como eu pousaria na cidade em mais duas ocasiões, considerei reservar hosteis diferentes para conhecer mais lugares. Fiz uma reserva de uma noite (a intermediária) no Penguin Hostel, próximo à rodoviária (eu chegaria em El Calafate às 21h30 de uma noite para partir às 8h do dia seguinte). Para a última noite em El Calafate eu acabei preferindo ficar no Bla Guesthouse mesmo, para facilitar os trâmites com transfere. Para El Chaitén, eu tinha boas indicações do Pioneros del Valle e Cóndor de los Andes, e acabei optando pelo Pioneros. Encontrei pouquíssima informação disponível sobre Puerto Natales, e escolhi o Patagonia Adventure Hostel na sorte mesmo, diretamente no Booking. Também foi direto pelo Booking que escolhi minha estadia em Buenos Aires, no Play Hostel - a única restrição que eu tinha é que gostaria de ficar em Palermo dessa vez.
Minha nota para cada hostel:
Bla Guesthouse e Patagonia Adventure Hostel: 10
Play Hostel: 8.8
Penguin Hostel: 7.9
Pioneros del Valle: 4.6

BAGAGEM:
Por levar canivete, pederneira e bastões, sabia que teria que despachar bagagem. Minha mochila (Conquista, 75 litros) não viajou tão cheia (não há necessidade de se levar tantas coisas para a Patagônia). Na ida, ela estava com 9 kg. Ainda assim, levei mais coisas do que precisei de fato, e contarei um pouco mais sobre isso em um post futuro.

Eu já tinha toda a roupa necessária para a viagem, incluindo calça e jaqueta impermeáveis, por já ter viajado e trilhado pela Irlanda. Apesar disso, aos 45’ do segundo tempo optei por pegar emprestado o casaco de uma tia, cuja coluna de água era de 5.000 mm contra 2.000 mm do meu.
O único item em que precisei investir foram bastões de trekking. Comprei na Decathlon duas unidades do Forclaz 500 Light, adequado para trilhas longas por ser bastante confortável e, ainda assim, leve. Como eu nunca tinha utilizado anteriormente, marquei uma trilha com amigos em Monte Verde (Pico do Selado) para que eu pudesse testá-los e me acostumar com eles antes da viagem.

O principal para as trilhas era:
Jaqueta de ski First Heat 5.000 mm: R$149,99 na Decathlon (preço de março/2016).
Calça Quechua Rain Cut 2.000 mm: R$79,99 na Decathlon (preço de março/2016) - usar em cima de uma calça confortável, como tactel (meu caso) ou legging.
Botas Timberland Chochorua GTX: trouxe da Irlanda e não sei indicar onde comprar no Brasil, mas custa em torno de R$700 por aqui.

CERVEJA:
Quem me conhece sabe muito bem que meu signo é Cerveja. Cerveja de verdade, não qualquer uma. E todo cervejeiro sabe que o lúpulo patagônico é dos melhores do mundo. Não poderia ser diferente: fiz uma vasta pesquisa sobre as cervejarias artesanais que eu encontraria pelo meu caminho. A maior parte dessa informação eu acabei conseguindo nas próprias cidades, porém já saí com alguns destinos certos em cada lugar:
El Calafate: La Zorra Taproom e Chopen, na Av del Libertador.
El Chaltén: La Cervecería (El Chaltén) e Cervecería Don guerra, na Av San Martín
Puerto Natales: Cervecería Baguales, na Bories, em frente à Plaza de Armas; Cervecería Natales (cuja cerveja está disponível em alguns bares e restaurantes, sendo um deles o Sibaro, na Tomas Rogers, também em frente à Plaza de Armas); Kooten Aike, na Diego Portales.
Estes sete lugares foram cuidadosamente estudados por mim e adicionados ao meu roteiro pessoal para preencher o turno da noite da minha viagem!

Lista dos textos que mais ajudaram no meu planejamento:

terça-feira, 7 de março de 2017

Duas semanas sozinha na Patagônia

Resumo, com gastos, da minha viagem de férias de fevereiro/2017, por El Calafate, El Chaltén e Puerto Natales, fechando em Buenos Aires.

Roteiro resumido:
Dia 01: 18/02: Partida às 00h25 de GRU a AEP, e às 04h50 de AEP a FTE. Chegada em FTE às 08h05, transfer previamente reservado com o hostel (Wikibus - AR$240 ida e volta), chegada ao hostel 09h00. Navegação Ríos de Hielo Express (glaciares Upsala e Spegazzini) com a Solo Patagonia, AR$2000 + AR$250 de ingresso ao Parque Nacional.
Glaciar Spegazzini / Navegação Ríos de Hielo Express

 Dia 02: 19/02: Ice Trekking no Perito Moreno (Big Ice), com a Hielo y Aventura, AR$4000 + AR$250 de ingresso ao Parque Nacional.
Big Ice - Ice Trekking no Perito Moreno

Dia 03: 20/02: Laguna Nimez de manhã (AR$150), com observação de pássaros, Glaciarium (AR$300) e Glaciobar (AR$180, open bar por 25 minutos) à tarde.
Laguna Nimez / Lago Argentino
Dia 04: 21/02: Ida a El Chaltén (AR$450 pela Caltur - se comprasse ida e volta juntas saía por AR$800). Trekking: Laguna Torre e Mirador Maestri, por conta.

Mirador Maestri / Laguna Torre
Dia 05: 22/02: Trekking: Laguna de los Tres, por conta, iniciando a caminhada na Hosteria El Pilar (transfer até lá: AR$150).
Mirador Fitz Roy / Laguna de Los Tres
Dia 06: 23/02: Dia de 'descanso', com trekkings mais curtos: Mirador de Los Cóndores y Las Águilas de manhã, Chorrillo del Salto à tarde.
Chorrillo del Salto
Dia 07: 24/02: Trekking: Loma del Pliegue Tumbado, por conta.
Loma del Pliegue Tumbado
Dia 08: 25/02: Navegação Lago del Desierto com a Zona Austral (AR$890), retorno a El Calafate com a Caltur (AR$450).
Navegacão Lago del Desierto

Dia 09: 26/02: Ida a Puerto Natales com a Cootra (AR$950 ida e volta, + AR$10 taxa de embarque em El Calafate). Volta pela cidade para conhecer o centro, a orla, Plaza de Armas, Monumento al Viento, Manos, Milodón.

Monumento al Viento
 Dia 10, 27/02: Trekking: Torres del Paine, Mirador las Torres, com a W Circuit, CLP 35.000 + CLP 21.000 de ingresso ao Parque Nacional.
Mirador Torres del Paine
Dia 11, 28/02: Era para ser o Full Day Torres del Paine, mas troquei por uma ida ao dentista e descanso...
Muelle
Dia 12, 01/03: Retorno a El Calafate pela Cootra (+ táxi até a rodoviária CLP 1.400), passeio pela cidade e principais bares.
Passeio por El Calafate
Dia 13, 02/03: Dia de compras de lembrancinhas e ida a Buenos Aires (avião, + táxi até o hostel AR$120). Tour (por conta) pelos bares de Palermo.
Dia 14, 03/03: Ida ao Zoo de Luján (AR$500 de entrada), tour por outros bares de Palermo.

Leoa de três meses em Luján
Dia 15, 04/03: rolê pelo centro da cidade, San Telmo, Puerto Madero, saída fotográfica no Bosque de Palermo. Ida ao aeroporto EZE (AR$364).
Saída Fotográfica Couchsurfing

Dia 16, 05/03: retorno a GRU às 06h50.

Quilometragem segundo o Fitbit Charge HR:
18/02: 8.23 km, 19/02: 19.65 km, 20/02: 19.25 km
21/02: 28.77 km, 22/02: 28.12 km, 23/02: 20.41 km
24/02: 26.58 km, 25/02: 12.03 km, 26/02: 10.62 km
27/02: 24.23 km, 28/02: 6.51 km, 01/03: 4.51 km
02/03: 14.04 km, 03/03: 12.60 km, 04/03: 19.42 km
Total: 254.97 km

Gastos principais:
Passagem aérea GRU>AEP>FTE, FTE>AEP, EZE>GRU: R$2150.97, comprada com um mês de antecedência.
Hospedagem: US$257.20 (sempre em quartos compartilhados entre 6 ou 8 pessoas).
Transporte: AR$2734, detalhados acima.
Alimentação: não sou organizada o suficiente para fazer essa conta, e tenho muitas anotações perdidas em diferentes lugares. Comprei muita coisa em mercado mesmo, e jantei fora quando queria conhecer um lugar novo ou tomar cervejas. Então, segue uma ideia de gastos:
* Mercado (La Anónima) em El Calafate: compra de um pacote de pão de forma, um de queijo (10 fatias), meia dúzia de ovos e meia dúzia de frutas: cerca de AR$ 140.
* Jantar em El Calafate (Pietros): massa AR$ 195, cerveja artesanal AR$ 110.
* Jantar em El Chaltén (La Cervecería): massa AR$ 165, duas cervejas artesanais AR$ 160.
* Jantar em Puerto Natales (Ñandu): sanduíche e três cervejas artesanais, CLP 15.900.
* Jantar em Puerto Natales (Sibaro): quesadilla e uma cerveja artesanal, CLP 9.500.

Hospedagem:
18/02-21/02: El Calafate, Bla Guesthouse. Minha nota: 10.
21/02-25/02: El Chaltén, Pioneros del Valle. Minha nota: 4.6.
25/02-26/02: El Calafate, Penguin Hostel. Minha nota: 7.9.
26/02-01/03: Puerto Natales, Pagatonia Adventure Hostel. Minha nota: 10.
01/03-02/03: El Calafate, Bla Guesthouse. Minha nota: 10.
02/03-04/03: Buenos Aires, Play Hostel. Minha nota: 8.8.