terça-feira, 29 de abril de 2014

Eisenbahn Frosty Bison

Certamente não é a cerveja certa para o clima, mas ainda assim foi uma excelente escolha para a noite. A cerveja, que ganhou o concurso de Mestre Cervejeiro em 2013 e passou a ser produzida (por tempo limitado) pela Eisenbahn é sensacional.



Amarga, bem amarga, do jeito que eu gosto. Gostinho cítrico, bastante refrescante (falei que errei a cerveja pra esse clima!), com teor álcoolico relativamente alto (6.9%) e um sabor bem forte, porém que desce de forma macia. Não é, porém, uma cerveja para se beber de dúzia, em minha opinião.
Essa American IPA tem algo especial pra mim: é a minha tentativa inicial de deixar de lado o preconceito que tenho com cervejas americanas. Se caírem em minhas mãos produtos igualmente saborosos, será mais fácil do que estou esperando.

Nota: 8. Bela IPA. Recomendo para: o verão. Não recomendo para: quem não gosta de cerveja amarga, é claro.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Bayerisch Hell

Uma grata surpresa no Beer Pack de março foi a Bayerisch Hell. Uma Lager (Helles), com 4.8% de teor alcoólico, alemã (portanto, sujeita à Lei de Pureza), tinha tudo para ser só mais uma cerveja. Porém, se eu soubesse de antemão que ela foi medalha de bronze no Europe World Beer Awards de 2013, talvez eu já tivesse criado a expectativa que ela merecia.



Porém, revelou-se excelente. Suave, bem maltada, refrescante, levemente amarga, do tipo que se poderia beber por toda a noite sem se cansar ou passar mal no dia seguinte.
Aproveito para dizer que fiz uma busca rápida sobre ela na Internet e descobri que é vendida no Brasil por preços bem razoáveis, como R$16 a R$20.

Nota: 9, por ter sido uma Lager realmente gostosa. Recomendo para todos, não vejo como esta cerveja poderia desagradar alguém.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Boris

"Se tá ruim pra mim, imagina pra quem tá tomando cerveja de milho?" é a única coisa boa que consigo pensar sobre a francesa Boris. Eu a recebi no beer pack de março, que, sinceramente, não me agradou tanto quanto o de fevereiro.


A Boris é uma lager sem personalidade. Tem gosto de lager, ponto. Graduação alcoólica de 5,5%. Pra ser honesta, achei parecida com Itaipava. Pois é. Uma cerveja francesa com gosto de Itaipava. E preço de importada. Preciso falar mais alguma coisa? Fiquei chateada, quase ofendida, ao ler reviews positivos sobre ela. Sua pontuação na página do Brejas era de 2.9/5, o que não é excelente, mas significa que está agradando...

Nota: 3, para fazer caridade. Recomendo para: lagerboys que tenham grana para esbanjar e queiram tomar uma gourmet pra impressionar (han?). Não recomendo para: quem gosta de cerveja de verdade, nem pra quem escolhe cerveja pelo preço em vez do custo benefício, pois não é lá muito barata!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Cervejas da Galícia

Eu já havia provado, no Brasil mesmo, a Estrella Galicia, "cerveza especial". É uma Lager, bastante parecida com as nossas, porém com qualidade superior. Não deixa de ser just another Lager, mas, se o preço estiver bom, compensa em vez de comprar uma Original. Nota 7.

Em Madrid, provei a Estrella Galicia negra, bastante saborosa. No mesmo dia, conheci as cervejas da linha 1906 (pertencente também à Estrella Galicia), nas versões Especial e Red Vintage. Esta última obteve medalha de ouro no World Beer Challenge em 2013 - vi esta notícia dois dias antes de encontrá-la e poder confirmar sua qualidade.

Estrella Galicia: especial e negra 
A Estrella Galicia negra é mais alcoólica e saborosa que a especial, com aroma de café. Não chega a ser uma Stout, mas tem boa presença e agrada os admiradores de cerveja escura. Nota 7 também, pois já tomei cervejas escuras muito mais saborosas.

A 1906 Especial é outra Lager, porém mais encorpada e alcoólica do que a Estrella Galicia "convencional". É mais amarga e ligeiramente tostada, fazendo com que eu a preferisse, porém fosse recomendar com cautela caso alguém me pedisse indicação de cerveja para uma festa (já sugeri a Estrellla Galicia anteriormente e foi muito bem recebida, tanto pelos Lagerboys quanto pelos apreciadores de cerveja de verdade). Digna de um 8, não fosse a ressalva de indicar para outros. Fica, portanto, com um belo 7.

1906: Reserva Especial e Red Vintage
É quase desonesto querer falar da Red Vintage: ela já tinha pontos comigo por ser Red e pela informação sobre o WBC. Red Ale, tostada, bastante amarga, com 8% de teor alcoólico. Preciso falar mais alguma coisa? Provei e aprovei, considerando-a a melhor cerveja entre as quatro que citei aqui. Nota 9 pra ela.

Já conversei com meus informantes e a 1906 Especial foi encontrada em Campinas. Ainda não tenho notícias sobre a disponibilidade da Red Vintage em terras tupis. Não me apaixonei pelas cervejas da Estrella Galicia, mas gostaria de tomá-las eventualmente.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Cervejas Espanholas - apanhado geral

Aproveitei minha estadia na Espanha para provar as cervejas locais. Pelo que eu havia lido e conversado com quem entende do assunto, eu iria me decepcionar e me sentir no Brasil. Bem, de fato, o grosso da cerveja espanhola se assemelha muito ao Brasil. Pelo menos não são cervejas de milho, então alguma vantagem a Espanha já tem...
O que eu mais vi por aqui foi Cruzcampo e San Miguel, que eu compararia com Brahma. Tem também bastante Heineken e Amstel, porém de produção espanhola. São mais saborosas do que as que encontro no Brasil, mas não deixam de ser uma excelente quarta opção, perdendo para: cerveja de verdade, Coca-Cola, água gelada. Senti falta da Estrella Galicia, que gosto bastante apesar de ser uma cerveja comum. Encontrei-a bem pouco.

Provei também algumas cervejas artesanais do País Basco (minha região preferida, por sinal). Família Basqueland (com as variedades Pale Ale, Golden Ale e Amber Ale), Olañeta (Rubia e Tostada), Gross (Amber Ale) e Keler 18 (Rubia). Destaco a Basqueland, com três cervejas bastante saborosas, que merecem um review à parte. A Gross e a Keler não tinham nada demais (não eram ruins, mas não fiz questão de repetir). As duas da Olañeta eram gostosas e me lembraram cervejas belgas. Preferi a Tostada.
Mais de um dono de bar me disse que há milhares de microcervejarias no País Basco. Infelizmente, encontrei somente as cervejas bascas listadas nesse post.

Zerb e San Sebastián, no País Basco
Da Andalucía, a Alhambra merece atenção. Provei a Especial (clara) e a 1925 (escura). A Especial é excelente para quando se quer beber bastante de uma só variedade. Sabor forte e rico, sem ser enjoativo. A 1925 é mais adocicada e marcante, particularmente eu prefiro. Porém, não dá para passar a noite bebendo somente 1925.

Talvez por ter vindo com baixa expectativa, eu me encantei mais do que me decepcionei com as cervejas espanholas. Estava esperando uma variedade menor e com sabores mais parecidos, tanto entre si quanto com o que temos disponível no Brasil. Gostei do que vi e provei por aqui.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Basqueland Brewing Project

Das cervejas que provei na Espanha, comerciais e artesanais, as que eu mais gostei foram as da Basqueland Brewing Project. Eu as encontrei no melhor pub que visitei em San Sebastián: Molly Malone, situado na San Martín Kalea, próximo à catedral.



Comecei pela Pale Ale. Amarga como deve ser, porém bastante leve. Como boa representante das Pale Ale, excelente para abrir o apetite, seja ele de comida ou de mais cervejas. A seguir, tomei a Golden Ale. Adocicada, seu sabor se acentuou por ter experimentado primeiro a Pale Ale. Lembrou, ligeiramente, a Golden Ale da brasileira Baden Baden.
Por fim, quando eu ia experimentar a Amber Ale, descobri no bar uma Leffe que eu ainda não conhecia: Vielle Cuvée. Interrompi a programação convencional para inseri-la na lista. Forte e frutada, bem marcante, deixou um sabor também adocicado no final. Preparação perfeita para a Amber Ale, cerveja que fechou minha noite.

A Amber Ale da Basqueland é exatamente o meu número. Amarga, encorpada, levemente tostada, com cara de inverno. Difícil escolher entre tantas cervejas boas, mas, se é para selecionar a melhor Basqueland, eu fico com a Amber Ale.
No entanto, daria às quatro cervejas da noite a mesma nota: um belo 8.

Dois dias depois, voltei ao pub para me despedir do País Basco em grande estilo. Inverti a ordem das duas primeiras cervejas, degustando a Golden Ale em primeiro lugar. Eu gostei da experiência, porque seu sabor ficou mais suave e menos adocicado. Como consequência, a Pale Ale teve seu amargor destacado, o que também foi interessante para mim (mas acredito não ser para a maioria das pessoas). Por outro lado, por ser mais marcante, não acho que a Golden seja uma boa primeira opção - ela é mais completa e não dá a mesma sensação de início de noite e refeição que a Pale Ale.
Mantive a nota 8 para todas, a preferência pela Amber Ale, e a ideia de que se deve começar pela Pale Ale sempre.