Alhambras: a fortaleza e a cerveja |
Deixei Sevilla na sexta-feira logo cedo, às 9h da manhã, de ônibus. Combinei com Lois, meu host, qu eu tomaria um circular da rodoviária até a Catedral e lá me encontraria com ele e a outra Couchsurfer, Luba, que chegaria cerca de quarenta minutos antes de mim. Assim foi feito. Fui bem recebida por eles, colocamos as mochilas (minha e da Luba) no carro do Lois e fomos almoçar do modo tipicamente espanhol: de bar em bar, pedindo uma ou duas cervejas em cada um, e comendo tapas - os tradicionais petiscos dados quando se paga por uma cerveja. Uns três bares depois, devidamente alimentados, Lois nos deu instruções de como chegar até a Alhambra e voltou para sua casa, com nossas mochilas.
Eu e Luba fizemos a visita. A entrada custa cerca de 15 euros, que achei bastante cara. Porém, o lugar é realmente incrível e imponente. Tem-se uma vista legal da cidade inteira e das montanhas, se o tempo colaborar e não estiver nublado. Os jardins me impressionaram mais do que o castelo. A quantidade de água por toda parte também - residência de verão da família real, em alguma data que não me lembro. Para se conhecer tudo, leva cerca de quatro horas ou pouco mais. O melhor da Alhambra, para mim, foi de graça: o belíssimo pôr-do-sol que pudemos ver ao descer da fortaleza. A única palavra que o define, porém ainda deixa a desejar, é "espetacular".
Entre a Alhambra e a casa do Lois, paramos em mais um bar, pois eu estava morta de fome. Pedi uma cerveja e um tapa, vieram dois de cada. Porém, como a Luba não estava com fome ou sede, fui obrigada a tomar duas cervejas e comer por duas. Dura vida, só que ao contrário.
Lois nos mostrou sua casa, o quarto em que cada uma dormiria, forneceu mapas da cidade, marcou os pontos de interesse para nós, deixou as cópias das chaves e partiu para um compromisso já marcado.
Eu tomei banho e fui conhecer a área de bares recomendada por Lois, incluindo um pub irlandês. Os pubs na Espanha são, em geral, tão fracos quanto os nossos: de irlandês, somente o nome, Guinness e Murphy's. Porém são em conta, possuem um ambiente legal e oferecem tapas. ;)
Uns dois bares depois, quase às 2h da manhã, voltei para casa. Sozinha, de madrugada, em uma cidade desconhecida, com a certeza de que nada de ruim poderia acontecer. A sensação de segurança, e a segurança que se tem de fato, são incríveis e vão deixar saudades.
No dia seguinte, Lois nos levou para tomar café da manhã enquanto aguardávamos seu amigo Manolo. Quando o time estava completo, saímos para explorar Granada, a pé. Visitamos a Catedral, a Mesquita, e caminhamos pelos famosos bairros de Albaicín e Sacromonte. Sacromonte merece menção honrosa: é um bairro vertical, de onde se vê a Alhambra de diferentes níveis e pontos de vista. Segundo a Luba, esse passeio merecia mais os 15 euros que pagamos para visitá-la por dentro.
Andrea, Lois e Luba |
Findo o passeio, voltamos à região central da cidade para as cervejas e tapas de almoço, em diversos bares, como pede o código. Para manter a tradição, fizemos a siesta após o tour de tapas. Acordei quando a Luba foi se despedir de mim: estava indo para Málaga, umas 18h. Tomei banho, fui dar uma última volta pela cidade e conhecer os irish pubs que eu ainda não tinha visitado. Voltei para casa para pegar minhas coisas e me despedir do Lois e parti para a rodoviária para encarar meu próximo desafio: uma noite inteira viajando, com destino a Valencia.